sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Cotas para os desiguais


    As cotas nas universidades tentam regular as chances de selção de grupos historicamente excluídos como os negros. No entanto, essa tentativa tem caráter paliativo ao visar apenas as consequências dessa desigualdade e efeito contrário ao onerar quem depende unicamente de seu próprio desempenho.
   A sociedade herdou tanto a diversidade de raças quanto a esigualdade entre elas: A questão de atribuir uma regalia compensatória aos descendentes de escravos é retrógrada, pois percebe-se que o povo brasileiro apresenta uma mistura de fenótipos e geralmente não há uma nítida diferenciação entre brancos, negros e mulatos. Ademais, não soluciona o problema, pois há uma estrutura em que os detentores dos recursos econômicos repassam seu poder aquisitivo aos filhos. Isso gera um ciclo de pobreza, principalmente entre os negros que ficam á margem desse processo. Então, passam a depender dos sistemas do governo, como os deficientes ensino primário e médio.
   Há, também, a outra parte envolvida: os concorrentes que não dispõem dos mesmos privilégios. Estes podem perder vagas, às pessoas que, sem as cotas, não alcançariam o mesmo objetivo. Trata-se, portanto, de outra injustiça. O que poderia levar a mais preconceitos e discriminações.
   Logo, essas medidas inclusivas se mostram necessárias e corretas quando se observam as condições adversas dos envolvidos como baixa renda familiar e ensino de pouca qualidade. Assim, adequando-os à seleção sem prejudicar a chance dos que podem e têm condições próprias de se qualificarem profissionalmente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário