Dizem que amigos são a família que escolhemos, portanto podemos dizer que família são os amigos que não escolhemos. Explico. A instituição sagrada da família podemos dizer é formada numa seleção divina, (ou seria um sorteio indiscriminado), abrimos os olhos e as primeiras formas de vidas que nos são apresentadas sem nosso julgamento, primeira impressão e seleção de pré-disposições afetivas, são nossos parentes, ligados por laços de sangue, um sobrenome. Ao contrário do que muitos pensam, ou imaginam, nosso caráter e personalidade, são formados na infância e não na adolescência, é claro que nessa fase em momentos circunstanciais e em crises bobas de 'identidade' agimos fora do que nossos pais estão acostumados a lidar, ou seja, o adestramento inicial, chamado de educação(parece estranho, mas não passa disso, muitas vezes). Com certa interferência genética também, criamos uma personalidade, aí passamos a escolher nossas amizades, inimizades. Surgem os amigos, pessoas que se unem por um grau de afinidade, mais da forma que concebemos de 'amigo': lealdade, companheirismo, educação, comunicação e identificação. Mas com o tempo percebemos que parentes não são apenas sócios de uma instituição genealógica, convivemos com estes, passamos a gostar mais de um do que outros, podemos selecioná-las fielmente a nossos quesitos a pouco citados.
Traçando um parâmetro entre os dois, definindo singularidades e semelhanças temos:
1)A pesar de às vezes, indiretamente seguimos uma hierarquia de poder, seja patriarcal(é a lei e a ordem unidas num mesmo significado), como na família, seja em nosso grupo afetivo, menos perceptível (sempre tem quem se destaque como líder do grupo, aquele que mostra o caminho e merece os aplausos e glórias, mesmo que não mereça) .
2)Sempre há o amigo grude, o engraçado, o mala, o fiel e companheiro, o amigo das horas boas e ruins e o só das boas, assim valendo aos parentes: notem que diferenciamos amigos, como de colégio, de festa, do peito e parcero. E perceberam que há sempre aquele parente de fim de ano, de natal, que vem de outra cidade, passa uma semana na tua casa e some depois, que tá sempre perguntando o próximo aniversário da família e propondo festa na casa dos outros? Salvo aqueles que são a festa em pessoa, alegres, dispostos e de bem, que todo mundo espera reencontrar como um amigo de infância, ou está fora da city.
Uma diferença entre eles é a força da instituição que formam, muitos consideram seus amigos como um time, seguindo uma tendência do grupo, sua singuralidade, que o diferencia dos outros, ao contrário da família há uma abertura maior á diferenças, também não há como reprimi-las, mas não impede conselhos da vovó, e formas de como ensinar seus filhos.
